Letras Guardadas: julho 2016

2




GEORGIA ESDEN


— Achei que teria que mandar a empregada lhe chamar.

Respirando fundo, Georgia olhou para sua mãe sentada na mesa, tomando um gole do seu chá. Doroth era uma mulher que exalava poder e controle. Sempre impecável, ela exigia o mesmo da única filha, desde as roupas até os horários. Tudo tinha que estar perfeito. Porém, nem sempre era fácil agradá-la.

— A empregada tem nome, mãe. — retrucou a mais nova, recebendo um olhar duro de sua mãe. — E eu só estava terminando de me arrumar.

— Não interessa. — cortou com rispidez, entretanto mantendo a classe e a voz num tom baixo, sem perder a elegância. — Se o café da manha é às sete horas, você tem que estar sentada aqui às sete horas.

— Sim, mãe.

PRÓLOGO



O movimento brusco do carro fez com que Ana gemesse em protesto devido à dor de cabeça. Estava quente e ela podia sentir as gotas de suor escorrendo pelo seu rosto. Seus braços doíam e ela percebeu que não conseguia movê-los. Aos poucos, ela começou a abrir os olhos apenas para não enxergar nada somente uma frestinha de luz. Novamente o movimento brusco fez com que ela acordasse um pouco mais só para perceber a gravidade da sua situação atual. Não demorou para ela perceber que estava dentro de um porta-malas de um carro, assim como não demorou para perceber que estava amarrada. Aos poucos sua mente foi buscando informações e logo ela se lembrou. A festa. A bebida. A tontura. Kurt a levando para tomar um ar. A visão embaçada. Alguém tapando seu nariz. A falta de ar. E finalmente a escuridão. Sempre preocupada com o bem-estar dos outros, ela se preocupou com Kurt

Qual foi o fim do loiro? 

PRÓLOGO



— Tudo pronto?

Sebastian invadiu o quarto de Charlotte fazendo com que ela se sobressaltasse de susto. No momento seguinte ela se virou e o encarou de forma rude, fazendo com que ele levantasse as duas mãos num ato de paz.

— Qual é o seu problema? — piou ela, fazendo o máximo para não elevar a voz e chamar atenção. — Quantas vezes eu já falei para não entrar assim?

— Eu estou nervoso, okay? Dá um tempo!

Sebastian era o único amigo de Charlottle naquele lugar. Os outros? Bem os outros a tratavam com respeito por ela ser quem era. Por seu status. Sebastian a respeitava também, mas o que o diferenciava era o fato dele sempre falar a verdade na cara dela. Ele era um jovem alto e musculoso – devido ao seu esforço na academia. Seus cabelos castanhos claros e curtos sempre estavam uma bagunça, pois o mesmo não conseguia deixar os fios quietos nem um segundo. Suas feições estavam duras e suas grossas sobrancelhas estavam franzidas de preocupação. Charlotte sabia que seu amigo estava sofrendo e isso a matava.

1





WILL FOREST

Aos poucos a luz do sol adentrou no quarto do loiro que passou a noite em claro. Mais uma vez o sono não apareceu e isso lhe deixou irritado. Seu rosto estava abatido e suas olheiras estavam escuras devido às noites mal dormidas. Suspirando, ele percebeu que teria que levantar e se arrumar para a escola. Teria que sair do seu quarto e olhar para o rosto abatido da mãe que ele apostava que estava arrependida de tê-lo como filho. Afinal, que mãe gostaria de ter um adolescente perdedor e problemático em casa? Ainda mais pelo fato dele lembrar tanto o pai. 


Sem se importar, ele se levantou e catou a velha calça jeans jogada ao lado da cama junto ao tênis desgastado e um suéter qualquer. Em poucos minutos ele estava pronto. Seus cabelos úmidos permaneceram bagunçados, deixando alguns fios sobre os olhos. Com desanimo disfarçado de tédio ele saiu do quarto, caminhando pelo estreito corredor até a pequena cozinha que era dividida com uma sala, ou quase isso. Sua mãe já estava acordada. O uniforme de garçonete impecavelmente passado e limpo já estava em seu corpo um tanto magro demais para se considerar saudável. 
 
PLAGIO É CRIME. NÃO COPIE. || LAYOUT MODIFICADO (X)